22/11/2021 Vantagens e desafios da adoção do BIM pela construção civil Tecnologia mostrada no Minascon permite modelagem virtual da obra, com visão tridimensional de todo o projeto A adoção da metodologia BIM (Building Information Modeling) na indústria da construção civil tem gerado uma série de benefícios para o setor, como ganho em produtividade, economia e agilidade. Cases com experiências de diferentes construtoras brasileiras no uso do BIM – mostrando as vantagens e os desafios – foram destacados no 4º Seminário BIM (SeBIM), na programação do Minascon desta segunda-feira (22/11). Em linguagem coloquial, a metolodogia BIM destrinchada no Minascon – parceria entre Sebrae, SESI, SENAI e FIEMG –, consiste em projetar na nuvem, em modelar a construção de forma virtual. Assim, usando uma série de tecnologias e processos, as áreas envolvidas na construção podem interagir de forma colaborativa. A Direcional Engenharia, de Belo Horizonte, por exemplo, revelou que em fevereiro de 2020 deu um grande salto na implantação do BIM, e caminha para que 100% dos projetos da construtora sejam contratados pela plataforma. Benefícios “A virada tecnológica na construção civil é um caminho sem volta, a digitalização do canteiro de obras e o aumento da produtividade é o grande benefício que vamos colher. O BIM permitiu, na Direcional, que a gente ganhasse produtividade em obra, canteiro, orçamento e projetos. Hoje, temos 70 canteiros de obra e, para 2022, esperamos avançar para 120 a 130. O BIM traz produtividade e eficiência”, afirmou o gerente nacional de Projeto, Planejamento e Controle da Direcional, Vinícius Lott. Ele apontou que a implementação da tecnologia exige treinamento de equipe, aquisição de maquinário e licenças. As principais vantagens apontadas por Lott passam pela possibilidade de redução de mão de obra e de custos. “O que ganhamos com essa virada de chave para o BIM, por exemplo, está na produtividade da equipe de modelagem, que já consegue produzir nove modelos por mês, e projetamos 16 modelos mensais em 2022, um aumento de 67%”, revelou. Ainda segundo Lott, em 2020 a empresa tinha 83 obras sendo gerenciadas na nuvem. Neste ano, já são 141, com projeção de que aumentem para 199 em 2022. No ano passado, informou, a Direcional fez 5.300 análises de projetos pelo BIM. Em 2021, essa quantidade avançou para 31 mil projetos, conferindo ganho de eficiência. “Pretendemos permanecer com essa produção, com essa gestão e qualificação de verificações em 2022”, adiantou. Futuro “Adotando a tecnologia BIM, estamos preparando a empresa para o futuro, com o uso de robôs, realidade aumentada e outros processos”, acredita Lott. “Hoje, na Direcional, temos todo o histórico de comunicação com o fornecedor, entregas mais ágeis, com maior qualidade, e esse painel do BIM permite transparência com a equipe, já que todos têm acesso internamente”, revelou. A transparência garantida pela plataforma BIM foi destacada pelo engenheiro civil Jader Melo Rios, da Toctao Engenharia. Ele detalhou que algo fundamental para o BIM ter funcionado tão bem no caso do edifício New Way, por exemplo, foi alinhar a expectativa de entrega dos projetistas, para que, lá na frente, na entrega do projeto executivo, o trabalho atendesse ao esperado pela empresa. Entre os desafios enfrentados pela Tactao no uso do BIM, Rios apontou que a equipe achou mais fácil repassar a tabela aos encarregados pela obra em Excel. “É muito importante ainda que os modelistas, quando estiverem projetando, pensem em fazer o projeto como ele será executado de fato”, reforçou o engenheiro. Carla Macedo, representante da Dimas Construções, de Florianópolis, destacou que o BIM permite que a empresa antecipe muitas informações sobre os projetos. “Consigo expor no momento da venda todo o potencial do produto, a gente consegue alinhar projetos com a estratégia de vendas também”, disse ela, tendo em vista que o BIM permite uma visão tridimensional da obra e do seu resultado.