12/11/2021 Moderna Indústria do Cimento mineira vislumbra mais sustentabilidade e inovações em Dubai Setor no Brasil se destaca como um dos mais avançados do mundo na redução da emissão de CO2 Snic/Divulgação A indústria do cimento, que tem em Minas Gerais o maior produtor do Brasil - com quase um quarto da fabricação nacional -, afiliada à FIEMG, integra a missão de empresários do estado na Expo Dubai, em busca de captar inovações, desenvolvimento tecnológico e mais sustentabilidade. Quem afirma isso é o presidente-executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic) e da Associação Brasileira de Cimento Portland, Paulo Camillo Penna. “A ideia é que a gente tenha olhares principalmente para uma indústria que contribui com a construção, a mobilidade e a infraestrutura, com menor formação de resíduos, mais moderna, com sustentabilidade ESG (‘environmental, social and governance’ – ambiental, social e governança, em português)”, explica Penna. Nesta época de emergência climática, pondera ainda, a Expo Dubai está notadamente marcada para avanços que têm a sustentabilidade como mola propulsora. E a Indústria de Cimento brasileira, segundo Penna, é líder global em projetos dessa natureza e busca sempre avançar mais nesse sentido. Até porque, no atual processo de urbanização acelerada do mundo, que traz a expectativa de que em 30 anos toda a população mundial chegará a 70% nos centros urbanos, no Brasil, 80% da população já é urbana. “Há uma enorme preocupação com a mobilidade nas cidades e uma tentativa efetiva de reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, ressalta. “A Indústria de Cimento é uma das maiores emissoras de CO2, só que enquanto a média mundial representa 7% das emissões, no Brasil, é 2,3%. No país, para cada tonelada de cimento são emitidos 564 quilos de CO2, enquanto a média global é 620 quilos. Isso demonstra que a gente tem feito avanços no desenvolvimento de novas tecnologias, em inovação, mas queremos mais”, argumenta Penna. Ele pondera que a Indústria de Cimento nacional inova desde a instalação de sua primeira fábrica, em 1926. Nos anos 60, o setor identificou que a escória resultante da produção de aço, adicionada ao cimento, aumentava significativamente a sua resistência, para uso em regiões como à beira-mar, onde fatores ambientais influenciam na durabilidade dos materiais. Matérias-primas sustentáveis E, assim, perto de completar um século, a Indústria do Cimento no Brasil usa como matéria-prima, por exemplo, cinzas resultantes da operação das termelétricas. “O Brasil tem hoje uma situação vergonhosa, contando ainda com mais de 3.000 lixões. E a Indústria do Cimento, por sua vez, vem utilizando o resíduo não reciclável residencial e comercial também como combustível. Com a crise do petróleo dos anos 60, a Indústria do Cimento foi a primeira a substituir o óleo combustível por outros insumos”, complementa Penna. Dessa forma, destaca ele, o lixo urbano, em vez de ir para lixões ou aterros sanitários, substitui o coque – reconhecidamente emissor de CO2 -, na linha de produção do cimento brasileiro. Penna informou que o setor fez um estudo em todo o país, identificando, região por região, resíduos típicos que poderiam ser assimilados pela Indústria do Cimento, como caroço de açaí, e casca de babaçu, no Norte; cavaco de madeira, no Centro-Oeste, moinha de carvão da produção de aço, no Sudeste, e casca de arroz, no Sul. “A gente fez um estudo para transformar esses materiais em combustível alternativo. Temos também os resíduos industriais, usados com o mesmo objetivo. O plástico, por exemplo, pode ser processado e transformado em fonte de energia alternativa, em vez de se tornar um passivo ambiental”, detalha. “Queremos acabar com a ideia de que o Brasil é um dos últimos países a enterrar a energia, utilizando o resíduo como fonte alternativa de energia”, diz ainda. “E o que a gente buscar em Dubai é avançar ainda mais no que diz respeito à economia circular, à redução do carbono e a manter a indústria de cimento brasileira entre as mais eficientes do mundo”, reforça. SERVIÇO: Expo Dubai 2021/2022 Data: 1º de outubro de 2021 a 31 de março de 2022 Tema: “Conectando Mentes, Criando o Futuro: Oportunidade, Sustentabilidade, Mobilidade” Países com pavilhões: 191 Área: 438 hectares Expectativa de visitantes: 25 milhões Delegação de Minas Gerais: Apoio: Gerdau, Tacom e Sebrae Patrocínio: CMBMM | Niobium e Codemge + Gov de Minas Realização: FIEMG e Governo MG